O único posto de combustível que abastece a Ilha de Fernando de Noronha está sem estoque de gasolina. Nessa segunda-feira (20) até às 9h, a solução encontrada pelos administradores foi limitar a venda a 10 litros por pessoa, mas a medida não foi suficiente para evitar a falta do produto. Turistas, taxistas e demais usuários de veículos foram prejudicados pelo desabastecimento. Responsável pela administração do posto, a empresa Agemar explica que o problema foi motivado pela dificuldade no transporte marítimo. A companhia contava com dois navios para abastecer o arquipélago, mas um deles - o Praia do Sancho - explodiu no Porto do Recife, no início do mês passado.
“Só na semana passada tivemos a liberação da embarcação pela Capitania dos Portos e vai demorar pelo menos mais 60 dias para fazer a manutenção e recolocar o navio para operar”, diz o gestor de postos de combustíveis da Agemar, Arlindo Santos. Segundo ele, outra dificuldade é a capacidade de armazenamento de combustíveis do posto de Noronha, que só permite estocar 45 mil litros de gasolina e 45 mil de óleo diesel. “Por isso não é possível levar mais carga a cada viagem, porque não temos onde guardar”, destaca, dizendo que a empresa vai tentar uma parceria com a Celpe para guardar parte da carga nos tanques da Usina Tubarão. A Agemar também é responsável pelo transporte de diesel para a termelétrica, com um volume de 300 mil litros por mês.
Santos diz que o arquipélago está sendo abastecido pelo navio Ilha Fernando de Noronha, que atraca no Porto de Santo Antônio a cada 15 dias. A viagem do Recife até a ilha dura, em média, 48 horas. O executivo diz que a previsão é que uma nova carga de combustíveis chegue hoje a Noronha. O posto da ilha comercializa gasolina e óleo diesel. O litro da gasolina na ilha custa R$ 3,78.
O presidente da Associação dos Taxistas de Fernando de Noronha, Emerson Nilson, afirma que o desabastecimento compromete o trabalho da categoria e a imagem da ilha. “O movimento está bom, a ilha está cheia de turistas. Chegamos a receber alguns deles na associação, pedindo aos taxistas que estavam com o tanque cheio que vendesse parte do combustível. É usa situação vexatória para a ilha”, reclama. Segundo ele, a frota da ilha é de 900 veículos. Desse total, 100 são táxis.
Além do problema com a gasolina, os moradores e turistas da ilha também temem o desabastecimento do gás de cozinha, que também está escasso. Arlindo Santos, da Agemar, diz que, nesse caso, a empresa é responsável apena pela revenda do produto, que é transportado do Recife para a ilha pela empresa Jaqueline Log. Um botijão de gás em Noronha custa R$ 63, em função do alto custo do transporte marítimo.
Do Jornal do Commercio
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