A Polícia Civil não tem dúvidas de que o duplo homicídio ocorrido durante festa de casamento em Aldeia, Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife, na madrugada desse domingo (19), foi um crime premeditado pelo noivo Rogério Damascena. De acordo com o delegado João Brito, os indícios de que ele planejou o crime são fortes. “Ele chegou e anunciou que todos teriam uma surpresa. O cenário revela um quadro técnico de premeditação, tanto é que havia uma arma no veículo e ele, em algum momento da festa, passou a portá-la. Ele premeditou, calculou tudo, para que isso acontecesse posteriormente ao casamento civil (que ocorreu na sexta-feira). Não há dúvida.”
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Imagens do sistema eletrônico de segurança do condomínio foram solicitadas pela Polícia Civil. João Brito disse que a investigação não pode apontar ainda a motivação do duplo homicídio seguido de suicídio. “Não posso falar porque não tenho elementos neste momento. Não posso afirmar que foi crime passional. Estamos investigando e temos um mês para concluir o inquérito policial. Precisamos respeitar as famílias neste momento de dor.”
O delegado informou que a arma do crime, uma pistola, ainda não foi encontrada. “Só sabemos que ele pegou a arma na caminhonete, que havia sido estacionada lá durante à tarde. É mais um elemento de que ele planejou tudo.”
O pai do noivo, o funcionário público do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), João Bosco Pimentel Damascena, 59, único a prestar depoimento formal no Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) até o momento, declarou que a arma não era sua. Informou também que nunca teve conhecimento que o filho possuía arma de fogo.
João ressaltou que nunca teve conhecimento sobre problemas conjugais entre o filho e a nora. No depoimento, o pai do noivo afirmou que veio de Ribeirão, onde mora, para a festa. Declarou que estava um pouco distante do local do crime e que escutou vários disparos. Inicialmente, chegou a pensar que se tratava de fogos de artifício. Relatou ao delegado que, quando se aproximou do local, percebeu a noiva caída no chão e viu o filho com um tiro na testa. Logo em seguida, levou Rogério ao Hospital da Restauração, no Derby, área central do Recife.
O delegado João Brito salientou que, mesmo com a morte do autor do crime, o inquérito policial vai ser concluído e remetido ao Ministério Público de Pernambuco. “Vamos aguardar o encaminhamento de todos os laudos técnicos que foram solicitados. É claro que ele não vai ser processado e julgado. Ele é autor e vítima de uma ação suicida. Vamos fechar o inquérito. Depois do Ministério Público, será remetido à Justiça e, posteriormente, arquivado em razão da extinção da punibilidade.”
ACESSO NEGADO - Ontem, a equipe do JC esteve no condomínio Casa Grande D’Aldeia, mas não teve permissão para entrar. Funcionários foram orientados a não repassar nenhuma informação à imprensa. Policiais e técnicos do Instituto de Criminalística (IC) deixaram o local por volta das 7h30. Lá, as casas são separadas por lotes. Existe uma área de lazer comum a todos os condôminos. Alguns terrenos chegam a ter pouco mais de mil metros quadrados. O preço médio de uma casa no condomínio é R$ 500 mil. Várias delas custam R$ 1 milhão.
JC
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