Foto: Arquivo pessoal
Por
Aluysio Morais.
Aluysio Morais: Você foi
influenciada por alguém para entrar no mundo da moda?
Cínthia
Fiorino: Na verdade, pela minha mãe de
certa forma. Desde pequena minha mãe já me levava para fazer books’ tenho
algumas fotos até hoje acredita? Mas com
o passar do tempo minhas maiores influências foram as amigas mais próximas.
A.M.: O que é ser modelo pra você?
C.F.: Bom, cada pessoa têm sua essência, e que se destaca em cada sorriso
fotografado, em cada passo dado num desfile, em cada palavra entrevistada, a
modelo constrói a sua imagem, diariamente, traçando um caminho profícuo que
será a sua projeção e o suporte para uma carreira de sucesso. Desde a unha
impecavelmente cuidada ao sapato calçado com leveza, a modelo é um manequim de
acessórios e linguagens onde tudo importa e tudo comunica de uma forma
extremamente eficaz, de feições clássicas ou mais arrojadas. E para muitas
pessoas é um sonho que queremos concretizar. E cada qual tem sua opinião,
desejos e pensamentos diferentes sobre isso não é? (risos)
A.M.: Você já teve alguma
decepção no mundo da moda?
C.F.: Já sim, muitas. É um mundo muito complexo,
imprevisível e difícil de lidar. Tem que ter muito jogo de cintura, paciência e
uma cabeça bem centrada.
A.M.: Você ficou afastada do
mundo da moda por uns tempos e só agora está voltando a ativa. A que se deu seu afastamento?
C.F.:
Sim, me afastei por muito tempo. Os motivos foram pessoais, infelizmente perdi
meu pai muito cedo, então a responsabilidade de tudo ficou de certa forma
voltada à mim. Por ter pessoas que dependem de mim, tive que focar no certo,
nas responsabilidades, na realidade. Sabemos que esse mundinho da moda é muito
incerto. Não da para contar 100% como um trabalho fixo.
Foto: Isis
Platzeck
A.M.: Em 2006, você posou nua
para a Playboy. Qual o motivo que a
levou a posar? Dinheiro por acaso?
C.F.: Na verdade foi por acaso. Pelo fato de ser o
meu primeiro ensaio sensual fiquei bem empolgadinha. (risos)
A.M.: Quem primeiro soube que você iria posar nua,
sua família ou alguma amiga em especial?
C.F.: Na época foi minha melhor amiga, minha
família soube bem depois.
A.M.: Qual foi a opinião de sua
família naquela ocasião?
C.F.: Minha mãe não acha certo, e não aceita muito
esse tipo de trabalho. Já meu pai na época ficou surpreso, admirou as fotos,
mais nada alem disso. Todos aceitaram numa boa.
A.M.: Valeu a pena fazer o ensaio
nu?
C.F.:
Sinceramente, não tive repercussão alguma com isso.
A.M.: Como você venceu algum tipo
de preconceito que com certeza veio? Foi difícil?
C.F.: Olha, não foi fácil. Mas, quando se têm fé,
perseverança e caráter você aprende a superar tudo. Passei por muitas coisas
humilhantes, desprezíveis assim dizer. Foi difícil e ainda é, o mundo de hoje
esta deplorável.
Foto:
Ivan Shupikov
A.M.: Se fosse hoje você repetiria o ensaio?
C.F.: Sim, hoje me sinto mais madura e com uma
aparência melhor. Eu era novinha demais naquele tempo e os ensaios não ficaram
como o desejado.
A.M.: O que passou pela sua
cabeça quando recebeu a proposta para posar nua? Fama e dinheiro?
C.F.: Na verdade nenhum dos dois.
A.M.: Você na época namorava
alguém?
C.F.: Sim, namorava... e ele não gostou nenhum
pouco (risos)
A.M.: Qual foi a reação do seu
namorado quando você falou da proposta?
C.F.: Ele ficou resmungando todo o tempo ‘’mulher minha não vai sair nua, eu
trabalhando na academia e os caras te olhando nua, você tá louca?’’ Típico do
homem machista e orgulhoso sabe? Foi complicado convencê-lo.
A.M.: Sua vida mudou muito depois
do ensaio nu?
C.F.: Um pouco.
A.M.: Retomar novamente a
carreira de modelo é realmente o que você quer fazer nesse momento?
C.F.: Sim, estou focada nisto agora.
Fotos: Isis
Platzeck
A.M.: Você se sente uma pessoa realizada?
C.F.:
Não, não me sinto. Faltam algumas coisas
para isso.
A.M.: Qual é seu maior sonho?
C.F.: Casar e ter filhos.
A.M.: Sendo você uma pessoa
experiente, o que tem a dizer às meninas que estão começando na carreira de
modelo?
C.F.: Lindinhas, lembrem-se que cada uma tem sua
beleza e se destaca por isso, mas o que
supera uma beleza e a torna ainda mais bela aos olhos das pessoas é seu
caráter, dignidade e seus valores. O físico é imprevisível e com o tempo se
vai, mais suas qualidades são permanentes. Não permitam que ninguém as humilhe
e foque no seu sonho sem deixar de ser você mesma.
A.M.: Você é uma pessoa tímida?
C.F.: Nenhum pouco (risos)
A.M.: Como foi seu ensaio?
Naturalmente?
C.F.: Foi muito tranqüilo e discreto. Nada ousado.
A.M.: Depois da publicação da
revista, sua vida mudou muito no sentido de assédio diante da mídia. Isso a
incomodou em algum momento?
C.F.: Em nenhum momento, alias... nunca me
atrapalhou.
Foto: Isis Platzeck
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