A 2ª colocada Isabel divulga suas fotos no Facebook
(Foto: Reprodução/ Facebook)
(Foto: Reprodução/ Facebook)
Mulheres bonitas, choro e intrigas são quesitos
fundamentais em qualquer concurso de beleza que se preze. No Miss Rio de
Janeiro deste ano não foi diferente. Uma semana após a coroação da modelo
Rayanne Morais, as 20 participantes do desfile resolveram pegar seus maiôs e
faixas e protestar contra o concurso.
A assessoria de imprensa de Rayanne Morais informou
ao G1 nesta sexta-feira (31) que a Miss Rio de Janeiro não falará sobre
o assunto pois se encontra fora do Brasil e deve retornar no dia 6 de setembro.
Através das redes sociais, elas se mobilizaram para
uma manifestação na Praia de Ipanema, na Zona Sul do Rio, marcada para sábado
(1º). As meninas questionam a mudança de regulamento e a escolha dos jurados, o
que segundo elas, favoreceram a eleita.
Candidatas do Miss RJ prometem ato no Posto 9,
no sábado (Foto: Reprodução/ Facebook)
no sábado (Foto: Reprodução/ Facebook)
Até a noite de quinta-feira (30), mais de mil
pessoas já haviam sido convocadas pelo Facebook a participar do ato, que vai
acontecer no Posto 9, às 12h30
“A nossa reivindicação é por um concurso mais limpo
e sério. Queremos ser vistas pela população. É muito complicado chegar uma
candidata aos 47 minutos do segundo tempo, que ainda por cima fala uai, não tem
altura de miss, e está completamente fora dos padrões”, justifica Isabel
Correa, que conquistou o 2º lugar no Miss Rio de Janeiro.
Coroação sob vaias
Sob vaias, a mineira Rayanne foi escolhida Miss Rio de Janeiro, no último dia 25, durante a premiação em Volta Redonda, no Sul Fluminense. Revoltadas com o resultado, as concorrentes abraçaram a segunda colocada e não cumprimentaram a vencedora. Seguindo o protocolo, Rayanne deu o famoso tchauzinho de miss e chorou ao receber a faixa. Rayanne, que é noiva do cantor Latino, tem experiência em concursos de miss. No seu currículo consta o título de Miss Minas Gerais, conquistado em 2009, e o segundo lugar no Miss Brasil, realizado no mesmo ano.
Sob vaias, a mineira Rayanne foi escolhida Miss Rio de Janeiro, no último dia 25, durante a premiação em Volta Redonda, no Sul Fluminense. Revoltadas com o resultado, as concorrentes abraçaram a segunda colocada e não cumprimentaram a vencedora. Seguindo o protocolo, Rayanne deu o famoso tchauzinho de miss e chorou ao receber a faixa. Rayanne, que é noiva do cantor Latino, tem experiência em concursos de miss. No seu currículo consta o título de Miss Minas Gerais, conquistado em 2009, e o segundo lugar no Miss Brasil, realizado no mesmo ano.
De acordo com a organizadora da etapa fluminense,
Susana Cardoso, Rayanne foi eleita com 90% dos votos do júri, que tinha entre
os integrantes o promoter David Brazil, a relações-públicas Liége Monteiro e o
cabelereiro Flávio Priscot.
“Nesse tipo de concurso sempre tem muita torcida
para todas as candidatas, por isso é comum ter vaias e outros tipos de reações
da plateia. Alguns dos jurados conhecem o Latino, porque ele é uma pessoa
pública que vive em festas, assim como essas pessoas. A gente sabe que nesse
meio, todo mundo se conhece mesmo. Agora, quem está falando que o concurso foi
comprado tem que provar. Essa é uma acusação muito séria”, justificou Susana
Cardoso.
Big Brother de miss
Segundo as candidatas, a noiva de Latino entrou na disputa, representando a
cidade de Búzios, faltando dois dias para o confinamento. Cada inscrição na
etapa estadual custa R$ 20 mil. A organização do concurso explica que o
dinheiro geralmente é pago pelas prefeituras ou por empresários e
patrocinadores. Susana Cardoso ressaltou que não é preciso nascer na cidade
para representá-la, mas é necessário comprovar residência no estado do Rio pelo
período mínimo de 12 meses.
Sete dias antes da coroação, as postulantes a miss
entram numa espécie de "Big Brother", onde são monitoradas pelas
chaperonas, um grupo de senhoras responsáveis por regular a rotina das meninas.
Durante o período, as garotas fazem dieta, aulas de dança, lêem o Pequeno
Príncipe e ensaiam as respostas das tradicionais perguntas.
Sem luxo, nem glamour
Candidata ao Miss RJ, Anna Carolina Guida, critica
evento (Foto: Divulgação/ Estudio Fábio Pamplona)
evento (Foto: Divulgação/ Estudio Fábio Pamplona)
Engana-se quem pensa que os concursos de miss vivem
do luxo e do glamour. A representante de Arraial do Cabo, Anna Carolina, diz
que as candidatas tiveram que pagar por conta própria o transporte até Volta
Redonda, para participar do concurso. Em início de carreira na profissão de
modelo, a maioria viajou de ônibus e precisou desembolsar quase R$ 300 pela
faixa com o nome da cidade representante.
“Tivemos que pegar ônibus na rodoviária,
abarrotadas de mala. Só havia um cabelereiro e um maquiador para cuidar de 21
meninas. Tivemos que pagar pela faixa do nosso município e a coroa tive que
arrumar com um patrocinador. Achei também o local onde foi realizado o concurso
bem precário”, criticou Anna Carolina.
Miss Bumbum
A candidata de Campos dos Goytacazes, Juliana Pires, disse que Rayanne era
tratada de forma diferenciada pela equipe ainda no confinamento. “Ela era a
mais mimada, elogiada, adorada e idolatrada. Posso dizer que sofri bullying,
pois a todo momento fui criticada pelo meu corpo de uma forma tosca, como se eu
fosse a única que não se encaixasse nos padrões. A implicância toda era com o
tamanho do meu bumbum. Cheguei a ouvir da chaperona que eu estaria no concurso
errado, deveria estar no Miss Bumbum”, conta a jovem de 21 anos, moradora do
Norte Fluminense.
Juliana diz ainda que durante a semana em que
confinada, ouviu boatos de que a coroa já tinha como dona Rayanne. “Durante a
semana, os boatos sobre a compra do título chegavam a todo momento, tentamos
planejar manifestos, videos, protestos, mas assim que desconfiaram fomos
proibidas de ter acesso umas aos quartos das outras, onde fazíamos nossas
reuniões”, disse a miss.
Grupo analisa processar organizadores
A comissão formada pelas 20 participantes analisa mover um processo contra a
organização do concurso por danos morais. Anna Carolina Guida conta que durante
o confinamento, as participantes assinaram os contratos de participação e não
tiveram direito a cópia. Uma das cláusulas do documento, segundo a
participante, era o pagamento de R$ 30 mil em caso de desistência.
“Sob essa ameaça contratual, fomos obrigadas a
resistir, mesmo nos sentindo humilhadas e coagidas em servir de figuração”,
desabafou a jovem.
A organização do Miss Rio de Janeiro informou que o
contrato só tem validade para a vencedora do concurso. Caso a detentora do
título engravidar, casar, fizer fotos nuas ou vídeos pornográficos durante o
período de um ano, pode ser penalizada com multa. Susana Cardoso ressaltou
ainda que o evento custou cerca de R$ 700 mil, já que, segundo ela, durante uma
semana as candidatas a miss receberam hospedagem, alimentação, roupas e
maquiagem.
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