Pressionado,
Luiz Felipe Scolari reuniu seis jornalistas próximos em uma conversa na última
segunda e, sentindo-se isolado, abriu aos repórteres parte da intimidade da
seleção brasileira. A atitude incomodou os estafes dos jogadores comandados por
ele. O UOL
Esporte ouviu familiares, amigos, agentes e assessores de oito
atletas do elenco do Brasil. Sete deles se queixaram da atitude do treinador
por entenderem que os atletas foram expostos de maneira desnecessária.
A
intenção de Felipão de conversar com os jornalistas não era uma novidade
completa para o grupo. A reportagem apurou que antes de chamar a imprensa, o
treinador avisou o capitão Thiago Silva que daria a entrevista. Só que as
queixas de Scolari não foram discutidas previamente com os jogadores.
Com
os jogadores em regime de concentração quase total desde o fim de maio, as
pessoas próximas servem como termômetro da temperatura do vestiário, por vezes
influenciando em decisões importantes. Consultados, os membros dos estafes
ressaltam que ainda não viram qualquer indício de insatisfação dos jogadores
com Felipão. Quem está em volta deles, porém, reclamou que o treinador expôs o
grupo na conversa que teve.
Para
dois deles, Felipão já perdeu a confiança dos comandados por resolver trocar
confidências com a imprensa. A tese é de que os atletas não vão mais
"correr" pelo chefe depois do episódio. Felipão teria desrespeitado
uma regra implícita de que a roupa suja não deve ser mostrada a jornalistas
justamente por quem mais deveria proteger o grupo.
Um
dos principais motivos de desconforto é o fato de o técnico dizer que se
arrependeu de ter convocado um dos 23 jogadores que defendem o Brasil na Copa
do Mundo. O sentimento foi revelado pelo jornalista Juca Kfouri, blogueiro do UOL Esporte que
participou da conversa com o técnico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário