sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Thais Cruz planeja carreira como atriz no exterior e fala sobre sua experiência com abusos e assédios na sua carreira.

Modelo/Atriz sensualiza em foto (Foto: Insignia Fotografia)

Do Portal BNC, Pela Assessoria de Imprensa
Sexta-feira, 18 de setembro de 2020 (16:17:36)

Nascida em Ananindeua, cidade metropolitana de Belém (PA), que dista aproximadamente 20km da Capital, a modelo e atriz Thaís Cruz de 25 anos de idade e 1,72m de altura, hoje radicada em São Paulo (SP), onde o mundo da moda é um mega polo, fala com exclusividade ao Portal BNC.  

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No teatro ela surpreendeu na peça “Horácios e Curiácios” de 2017, sobre a direção de Fernando Nitsh e "O estranho caso do Dr. Jackyll e Mr. Hyde" (Inspirado no musical “O médico e o monstro”) de 2018, com direção de Luciana Shwinden, onde a bela atriz interpretou a personagem Elizabeth (governanta).

“Eu sempre sonhei com artes, com atuação, com a escrita, com o cinema, novelas, câmeras e direção. Sempre foi meu sonho, desde meus oito anos de idade. Quando eu assisti na época novelas mexicanas, decidi que queria ser atriz”. Disse a atriz, e concluiu: “nossos sonhos podem se tornarem realidade, no tempo certo. Tornar-me atriz, demandou um tempo e muitas vezes eu questionava e não entendia o porquê disso. Então, significa persistência, determinação, luta, força, planejamento, muito trabalho, muito esforço, enfim...”.

Veja na íntegra a entrevista completa da modelo/atriz logo abaixo...

B N C – Qual a idade que você começou a modelar?
Thaís Cruz – 21 anos.

B N C – Modelar sempre fez parte dos seus sonhos?
Thaís Cruz – Não, meu sonho, desde os oito anos de idade era ser atriz. A profissão de modelo eu digo que aconteceu por um acaso quando fui morar em São Paulo. Mas eu sempre gostei muito de fotografar, então eu vi que podia unir os dois e comecei a trabalhar.

B N C – Quais as principais dificuldades no seu início de carreira de modelo?
Thaís Cruz – Acredito que o padrão de beleza. Fico muito feliz que hoje alguns pensamentos estão mudando em relação a isso, mas a gente sabe que o preconceito ainda é forte. Eu nunca fui magra de pesar 40 kg, nunca fui alta de medir 1,75m ou 1,80m e eu já cheguei a pensar que isso já foi motivo de ser negada em algumas agências em São Paulo. Mas depois eu comecei a me conhecer e a entender o meu “perfil” e quando você descobre isso, não tem quem pare você.

B N C – Qual lado bom e o ruim no mundo da moda?
Thaís Cruz – O lado ruim é esse padrão, as preferências, essa bolha que a gente sabe que existe, sim e os preconceitos. O lado bom eu acredito que seja você mostrar sua arte, mostrar quem você é por meio de um olhar, de uma pose, de um movimento na foto, é sua identidade que tá ali. E a moda também me trouxe esse empoderamento, essa força. Todas às vezes que era fotografada em um trabalho, eu saía outra, muito mais forte, muito mais mulher mesmo.
Foto: Divulgação Teatro
B N C – Você já foi assediada nesse mundo de puro glamour?
Thaís Cruz – Sim, e é um assunto muito delicado. Sem citar nomes, mas logo que cheguei a São Paulo, em 2014, alguns fotógrafos entravam em contato comigo pelo Facebook e Instagram pra fazer alguns trabalhos de permuta, troca de material e como eu não tinha nada, eu achava muito boa à ideia e aceitava o convite. Num desses contatos, depois da primeira conversa e tudo, um desses fotógrafos começou a me mandar mensagens totalmente abusivas e eu diria até que indecentes. Ele queria que eu fosse fotografar com ele, na casa dele, sem que eu levasse uma acompanhante, em troca de que eu mandasse fotos nuas e quando fossemos fotografar, ficasse com ele. Imediatamente, eu lhe disse que isso eu não faria e que se ele continuasse a me mandar aquele tipo de mensagem, eu o denunciaria. Ele me bloqueou e sumiu. Ele já fotografou a atriz Giovanna Chaves, atriz que participou da novela Cumplices de um Resgate (SBT) e na época fazia ensaios para revista Trip Girl. Desde então eu comecei a ficar com um pé atrás e comecei a ir acompanhada nos ensaios, levava minha tia pra que eu me sentisse mais segura. Fiquei mais seletiva e filtrava todas as pessoas que entravam em contato comigo. Até hoje é muito comum vermos relatos de meninas que já sofreram assédio e abusos sexuais por fotógrafos. E aproveitando o momento, eu peço para as meninas que estão começando agora, com toda vontade e adrenalina, por favor, chequem muito bem com quem vocês vão trabalhar e quem é o fotógrafo, entrem em contato com outras meninas que já fotografaram com ele, enfim, se informem antes, não saiam de casa com risco de não voltarem e/ou com risco de sofrerem abuso sexual por conta de fotos ou por conta de um criminoso que se esconde atrás de uma câmera pra atacar meninas inocentes.

B N C – Se tivesse que mudar algo em seu corpo o que você mudaria?
Thaís Cruz – Nada, sinto-me muito feliz como estou esteticamente.

B N C – Qual a parte do seu corpo que você mais gosta?
Thaís Cruz – Os olhos.

B N C – Quem é Thaís Cruz modelo e Thaís Cruz pessoa?
Thaís Cruz – Enquanto a Thais Cruz modelo e atriz está trabalhando, a Thais Cruz pessoa está planejando a agenda da semana... 

B N C – Você chegou a participar de um concurso de beleza onde aconteceu algo inesperado. Como tudo aconteceu?
Thaís Cruz – Sim, em 2011. Eu morava em Belém e minha prima tinha todos os requisitos pra ser uma modelo de sucesso. Tinha altura, era magra, loira, olhos azuis, enfim, padrão. Na época eu pouco me importava com a aparência, essas coisas, mas decidi ir com ela pra apoiá-la. Chegando lá pegamos uma fila enorme. Era concurso de uma agência de São Paulo, chamada Elite Model. Então cada uma tinha que desfilar e no final os jurados comentavam sobre a pessoa. Minha vez chegou, eu estava nervosíssima, de salto alto, insegura, enfim, mas desfilei.

Uma das juradas fez questão de comentar que eu não tinha perfil algum para ser modelo. Eu saí de lá arrasada, triste, meu dia tinha sido ali o pior da minha vida até então. Não chorei, mas era nítido na minha face à decepção, como eu estava me sentindo. Minha prima também não foi selecionada, mas ninguém fez nenhum comentário tão desastroso quanto fizeram para mim. Esses dias essa memoria me veio à cabeça e eu decidi fazer um vídeo e postar no Instagram. Como diz o ditado: “Nada como um dia após o outro”. Nunca diga para alguém que ela não pode fazer algo, que ela é incapaz. E eu podia ter desistido ali mesmo, aquilo podia ter se tornado um trauma, mas não, dei a volta por cima e acreditei.

B N C – O que veio primeiro a moda ou a dramaturgia?
Thaís Cruz – Como eu disse, eu sempre sonhei em ser artista, em ser atriz. Mas na minha cidade nunca pude fazer um curso de teatro, nem nada relacionado. O máximo que eu fazia, era escrever histórias e reproduzir, atuando com a minha prima Pollyana (que não é a mesma do concurso). Mas tudo isso era visto como uma brincadeira, pela minha família, eu dizia que queria participar de uma banda de música, queria cantar, fazia shows com minhas primas nas festas de natal, ano novo, mas nesse tempo, ninguém me dava ouvidos, ninguém me apoiava mesmo. Até que quando eu terminei o colegial, eu comecei a planejar minha ida a São Paulo. Comecei a pesquisar cursos de teatro, faculdades, aulas de canto, tudo. Era para eu ter ido em 2011, mas eu ainda não tinha dinheiro suficiente, nem pra comprar minha passagem. Até que em 2013 eu fiz o Enem novamente e consegui uma bolsa integral para o segundo semestre de 2014, numa faculdade pra cursar jornalismo. Essa foi a “desculpa” que eu usei pra ir e finalmente dar os primeiros passos na carreira de atriz. Mas chegando lá eu vi que a maioria dos cursos eram todos caros e eu decidi continuar a faculdade e tentar mais pra frente. Em 2016, depois de trabalhar como modelo, juntar uma grana, eu comecei a estudar na Escola de Artes Celia Helena, nossa, finalmente chegou o momento que eu sempre sonhei. Era grande parte do meu sonho se realizando ali. Ainda consegui um desconto bom e foi o que deu pra pagar a mensalidade. Conciliei as duas profissões, a de estudante de teatro e a de modelo. Tranquei a faculdade depois de 3 semestres e me dediquei totalmente para o que eu sempre sonhei em fazer. Então a profissão de modelo, me ajudou muito a pagar meu curso e a continuar morando em São Paulo. No começo, com tudo que passei certas situações desagradáveis, eu fiquei com certos receios, mas com o passar do tempo, eu descobri que eu amo as duas profissões e a experiência de modelo me ajudou muito na profissão de atriz , pela vivencia com a câmera, com as pessoas do meio. Tudo se transformou em bagagem e aprendizado na minha carreira, na minha vida.
Foto: Divulgação do Curta Decaptadx


B N C – A dramaturgia foi algo que aconteceu por acaso ou não?
Thaís Cruz – Não. Eu sempre sonhei com artes, com atuação, com a escrita, com o cinema, novelas, câmeras, direção. Sempre foi meu sonho, desde meus oito anos de idade, quando eu assistia novelas mexicanas, enfim, decidi que queria ser atriz.

B N C – O que significa para você ser atriz?
Thaís Cruz – Significa que os nossos sonhos podem se tornar realidade, no tempo certo. Tornar-me atriz, demandou um tempo e muitas vezes eu questionava e não entendia o porquê disso. Então, significa persistência, determinação, luta, força, planejamento, muito trabalho, muito esforço.

B N C – Qual o primeiro curta-metragem que você fez como atriz?
Thaís Cruz – O primeiro foi “Decaptadx”, um curta que me ensinou muito, tanto na atuação, quanto na parte técnica, como realmente funciona a engrenagem do cinema. O curta foi todo filmado em plano sequência, ele durou um dia de gravação, então tinha que acertar, tinha que se concentrar, sem contar que a personagem que fiz me ensinou muito também, eu amei fazer a Sandrinha. Foi um trabalho incrível e muito desafiador de se fazer.

B N C – Em que ano você estreou uma personagem no teatro e qual o nome da peça?
Thaís Cruz – Em 2018, em São Paulo e foi à personagem mais marcante da minha carreira. Era a Elizabeth, a governanta da peça “O estranho caso de Dr. Jackyll e Mr. Hyde”. Peça maravilhosa, inesquecível. E que saudades que eu sinto agora. O teatro sempre foi minha paixão e nesse momento de pandemia, está sendo muito difícil não poder ir ao teatro assistir uma peça ou não estar no teatro apresentando.

B N C – Qual que você acha melhor é fazer, filme ou teatro? Por quê?
Thaís Cruz – Não tem um melhor ou pior. Eu amo fazer os dois. Minha primeira experiência como atriz foi no teatro, depois veio o cinema, e é completamente diferente um do outro. Então, cada um exige uma maneira especial de se trabalhar, cada um tem uma técnica diferente, cada um é único, cada um deles tem a sua magia, eu amo os dois e não viveria sem nenhum. Eu acredito que não existe essa coisa de atriz de teatro, atriz de cinema. Ou você é ou você não é.

B N C – Como atriz o que você acha do nu artístico, coisa que ainda hoje é um tabu para aqueles mais conservadores?
Thaís Cruz – Tudo que envolva o corpo da mulher, especificamente, é visto como tabu. Mesmo tendo o nome “artístico”, muitas pessoas não respeitam esse tipo de trabalho e nem o vê como arte. A gente pode muito bem lembrar do artista nu da exposição no Masp, que era um homem, sofreu inúmeras criticas de conservadores e ainda foi visto como um crime de pedofilia por envolver a interação da criança ali com o artista. Outras performances também como a de Marina Abramovic, de 1974, na Itália, mostra muito bem que o corpo da mulher, principalmente, é sempre muito mais vulnerável. Horas depois da performance, homens tiraram sua roupa, tocaram em suas partes intimas, a cortaram com giletes. E isso se repete, por mais que seja por meio de um trabalho de nu artístico fotográfico, a pornografia está aí para fazer esse mesmo percurso. A mulher será vista como vulgar, como prostituta e sua nudez será castigada, pelos conservadores, como dizia Nelson Rodrigues ‘em toda nudez será castigada’. Mas não é por isso que vamos abdicar de fazer nu artístico. É arte, é sensível, é expressivo, é lindo e precisa ser respeitado, ser visto como arte que é e como uma forma de empoderamento do corpo da mulher.

B N C – Você posaria para uma revista masculina?
Thaís Cruz – Não, por que aí já não se trata de nu artístico no meu ver. É capitalismo, sem contar que contribui para o crescimento e fortalecimento da pornografia, que é algo que eu sou totalmente contra. Pornografia não é arte. Também não sou contra quem faz esse tipo de trabalho. Mas eu, não posaria.

B N C – Quais seus planos para o futuro?
Thaís Cruz – Muitos. Mas o principal é focar na minha carreira tanto no Brasil quanto no exterior. Eu não gosto de tornar público meus planos, sou muito supersticiosa (risos), e eu acredito agora que eu só conto quando eles se tornam realidade, quando eles saem do papel. No momento estou com meu canal no YouTube, toda semana eu vou postar um vídeo novo sobre a minha carreira, sobre a minha rotina de atriz, principalmente nessa pandemia. E com esse canal eu pretendo ajudar outros colegas, compartilhar minhas vivências, eu estou gostando muito de produzir os vídeos, editar, escrever os roteiros e isso se torna um exercício mesmo, eu estou amando. Se o canal terá dez ou mil inscritos, que seja não importa, até com um inscrito, eu vou continuar postando os vídeos e deixando lá como um registro mesmo. Também estou cursando RTV e o curso está me proporcionando muito conhecimento técnico, um aprendizado por trás das câmeras que eu estou amando desbravar, e futuramente ter um programa de TV, um filme, uma série, quem sabe né?

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B N C – Se você encontrasse o gênio da lâmpada e tivesse que fazer 3 pedidos, quais seriam esses pedidos?
Thaís Cruz – 1-) Pelo amor de Deus, eu quero uma vacina para o Coronavírus, eu quero que você repare todos os danos que essa pandemia causou no mundo e principalmente nas pessoas mais afetadas. 2-) Que os crimes contra a mulher tenha pena mais severas e 3-) Que as Leis sejam levadas mais a sério pela justiça.

B N C – Para quem hoje você tiraria o chapéu no Brasil?
Thaís Cruz – Fernanda Montenegro.

B N C – E para quem não tiraria?
Thaís Cruz – Para o desserviço Bolsonaro.

B N C – Como está seu coração com relação ao amor?
Thaís Cruz – Meu coração está em um relacionamento sério com minha carreira, com minha profissão, com meus projetos, eles tomam conta de todo meu tempo (risos).

B N C – Podemos fazer um jogo rápido para encerramos nossa entrevista?
Thaís Cruz – Sim, claro! Amo!

B N C – Uma viagem?
Thaís Cruz – Viajar par o México porque ainda não fui e é um país que eu amo.

B N C – Um momento?
Thaís Cruz – Quando pisei no palco pela primeira vez.

B N C – Um ídolo?
Thaís Cruz – Whitney Houston.

B N C – Amor?
Thaís Cruz – Minha família.

B N C – Um sonho?
Thaís Cruz – Viajar o mundo inteirinho.

B N C – Uma virtude?
Thaís Cruz – Determinação.

B N C – Um defeito?
Thaís Cruz – Não se contentar com o conformismo.

B N C – Perfume?
Thaís Cruz – Essência de lavanda.

B N C – Um livro?
Thaís Cruz – Fahrenheit 451.

B N C – Um filme?
Thaís Cruz – O auto da compadecida.

B N C – Uma frase?

Thaís Cruz – “Não me subestime!”.

Modelo/Atriz sensualiza em foto (Foto: Tato Belline)

Modelo/Atriz sensualiza em foto (Foto: Studio Fabrica)

Foto: Arquivo Pessoal
Modelo/Atriz sensualiza em foto (Foto: Pupin & Deleu)

Modelo/Atriz sensualiza em foto (Foto: Luiz Carlos Souza Ramos

Modelo/Atriz sensualiza em foto (Foto: Tato Belline)

Foto: Arquivo Pessoal

Foto: Rodrigo Moratto
Foto: Agência FWM
Modelo/Atriz sensualiza em foto (Foto:Jefferson Souza Gomes)
Modelo/Atriz sensualiza em foto (Foto: Monotoshi)
Modelo/Atriz sensualiza em foto (Foto: Alexandre Ormond)
Modelo/Atriz sensualiza em foto (Foto: Alissia Diaz)
Foto: Rodrigo Moratto
Foto: Thamyres Braboh