Imagem do parto rodou o mundo Reprodução/facebook.com/eloy.pachecolopez
Uma
indígena deu à luz no jardim de um centro médico em San Felipe Jalapa de Díaz,
no México, após ter o atendimento negado. A imagem do recém-nascido no gramado
da clínica — ainda preso ao cordão umbilical — foi publicada em diversos sites
pelo mundo e motivou uma investigação do governo mexicano sobre o caso. Segundo
a mãe, funcionários do local tratam os pacientes como "animais".
O
caso ocorreu no dia 2 de outubro em frente ao Centro de Saúde Rural de Jalapa
de Díaz, no Estado de Oaxaca, 450 km a sudeste da Cidade do México.
Por
meio de sua conta no Facebook, o mexicano Eloy Pacheco López publicou a foto da
jovem e do filho recém-nascido no jardim da clínica.
Segundo
López e vários veículos de imprensa do México, a mulher se chama Irma López
Aurelio, indígena da etnia mazateca.
De
acordo com o jornal El Universal, a prefeita de Jalapa de Díaz, Silvia Flores
Peña, confirmou as informações, mas assegurou que mãe e filho passam bem.
Silvia
declarou ainda que não é a primeira vez que a localidade vê uma mulher dar à
luz “quase na rua”, já que um caso semelhante ocorreu há quase dois meses.
De
acordo com o site Voz 21, a Secretaria de Saúde Federal (SSA) pediu esta semana
que a Direção Geral de Qualidade e Ensino de Saúde investigue o caso e, se
necessário, aplique sanções aos responsáveis.
Mãe e filho passam bem
Em
entrevista publicada na segunda-feira (7) pela agência Quadratín, Irma López
Aurelio aparece em casa com o recém-nascido no colo, ao lado do marido e dos
outros dois filhos.
A
criança ganhou o nome de “Salvador”, segundo a agência, por ter se salvado,
apesar das condições do parto.
—
Dou graças à Deus que meu filho se salvou.
Falando
um espanhol “compreensível”, Irma conta que, no dia do parto, saiu de casa às
6h direto ao centro médico, onde queria solicitar transferência para a cidade
de Tuxtepec. A enfermeira do local, no entanto, pediu que ela fosse embora.
—
Não querem nos atender lá [no centro médico]. Nos tratam como se fôssemos
animal. Esse mesmo dia me deram alta.
Segundo
disse ao Quadratín, ela vem recebendo ameaças para que não comente mais o caso.
—
Me estão contando quem foi que tirou essa foto e colocou na internet, que eu
deveria processá-lo. Mas eu gostei disso. Que bom que fizeram isso, para que
conheçam cada um. Se não fosse assim, as pessoas sofreriam o mesmo, como eu
passei.
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