Segundo o presidente da OAB-PE, Pedro Henrique Alves, a iniciativa tomada pela instituição possui natureza pedagógica (Foto: JC Imagens)
Do Jornal do Commercio, Por Beatriz Albuquerque
Quarta-feira, 28 de outubro de 2014 (20:13:00)
A Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco
(OAB-PE) irá protocolar, hoje, um pedido de
instauração de notícia-crime na 1ª instância do Ministério Público Federal para
que sejam apurados os casos de incitação ao preconceito disseminados nas redes
sociais contra os eleitores nordestinos. Os responsáveis pelas publicações
podem ser condenados a até três anos de reclusão.
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A vitória da
presidente Dilma Rousseff (PT) no segundo turno, com um alto percentual de
votos na região Norte e Nordeste do País, gerou uma onda de manifestações
preconceituosas no Facebook e no Twitter. Um dos mau exemplos é o da internauta
Regina Zouki que publicou: “desejo do fundo do coração que (os nordestinos)
sejam tomados pela desnutrição, que seus bebês nasçam acéfalos, que suas
crianças tenham doenças que os médicos cubanos não consigam tratar, que o Ebola
chegue no Brasil pelo Nordeste e que mate a todos!”. Após receber diversas
críticas, Regina excluiu o seu perfil da rede social.
Segundo o
presidente da OAB-PE, Pedro Henrique Alves, a iniciativa tomada pela
instituição possui natureza pedagógica. “O nosso desafio é saber divisar entre
a liberdade de expressão e o limite do direito. Lamentavelmente a situação já
era esperada, porque ocorre com frenquência”, disse. “As pessoas precisam saber
que os atos têm consequências”, ressaltou.
De acordo
com o requerimento da entidade, o crime de “incitação ao preconceito” está
previsto no artigo 20 da Lei número 7.716/89, que pode ser caracterizada pelo
preconceito contra “procedência nacional”.
“Essa lei
possui um agravante para o caso do crime ter sido cometido em redes sociais.
Você pode incitar cinco pessoas em uma sala de reunião ou cinco milhões na
rede”, explicou Pedro Henrique.
A
notícia-crime será distribuída para um dos procuradores do MPF que avaliará o
pedido da OAB. A Polícia Federal poderá colaborar com a investigação dos
suspeitos.
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