Roberta
Close Imagem: Reprodução/Instagram @gambineroberta
Colaboração
para o Splash, em São Paulo
Sábado, 07 de dezembro de 2024 (11:17:45)
Roberta
Close, modelo, atriz e apresentadora, foi uma das personalidades mais
importantes da década de 1980 e um ícone da luta LGBT no Brasil. Em seu
aniversário de 60 anos, confira alguns fatos curiosos sobre sua trajetória:
Por que 'Close'?
Nascida
com o sobrenome Gambine Moreira, Roberta aderiu ao "Close" após
estampar a capa da revista "Close" em 1981, aos 17 anos. A publicação
foi um ponto decisivo para que sua carreira artística deslanchasse.
Em
uma entrevista para Marília Gabriela na década de 90, ela contou que depois das
fotos sensuais na publicação, participou de uma baile de Carnaval e as pessoas
perguntavam "quem é aquela morena alta?". Como resposta, os convidados
diziam entre si: "É a Roberta, da revista 'Close'", "É a Roberta
da Close'". Então, o nome pegou de vez.
Musa de Erasmo Carlos
Em 1984, Roberta foi a musa do videoclipe da música
"Close", parceria de Erasmo e Roberto Carlos. Na letra, o compositor
fala que se encanta por uma mulher linda na rua, mas ao dar um 'close' nela,
percebe que ela é trans.
Apesar de Erasmo negar por toda sua vida, o cantor morreu em
1922, ter tido uma romance com a modelo, Close confirmou ter namorado o cantor.
""Eu preferia namorar o Roberto Carlos. Queria o Roberto, mas acabei
ficando com o Erasmo. Ele era o Tremendão", falou em uma entrevista para
um podcast em 2024.
Primeira mulher trans na Playboy
Em 1984, aos 20 anos, Close tornou a primeira mulher trans a
estampar a capa de uma edição especial da revista Playboy, anunciada com a
chamada: "Incrível: As fotos revelam por que Roberta Close confunde tanta
gente!". À época, as fotos mostravam apenas seus seios, já que a modelo
ainda não havia feito a cirurgia de redesignação sexual.
A edição especial
atingiu marcas até então inéditas para a publicação, com 200 mil exemplares
vendidos em três dias, se tornando esgotada nas bancas.
Sua segunda vez na revista foi para a mostrar uma 'novidade':
o resultado de sua transgenitalização. Em 1989, a modelo conseguiu fazer o
procedimento cirúrgico em Londres, na Inglaterra e 1990 posou completamente nua
para a revista adulta.
Distúrbios de diferenciação sexual
Em sua biografia "Muito Prazer, Roberta Close", de
1998, a modelo revelou que nasceu com uma condição chamada de distúrbios de
diferenciação sexual, ou DDS, que identifica pessoas que nascem com
características sexuais que não se enquadram no padrão feminino e masculino,
conhecida popularmente por termos pejorativos como "hermafrodita" e "intersexo".
Em uma entrevista para
o Gugu, ela revelou ter nascido com genes masculinos, mas ser considerada
"hermafrodita feminina". "O hermafrodita nasce complicado. Existe falta de
esclarecimento, não sou médica, mas posso dar explicação de como funciona
porque passei por muitos legistas", disse para o apresentador.
15 anos para ser Roberta
Após realizar a cirurgia de redesignação sexual em 1989,
Roberta entrou na Justiça para conseguir a mudança legal de seu nome de
nascimento, Luiz Roberto Gambine Moreira, para Roberta Close Gambine Moreira.
Por longos 15 anos, a modelo travou uma batalha judicial para que conseguisse
mudar seu nome sua documentação. Em entrevistas ao longo de sua carreira e em
seu livro, Roberta relata diferentes situações constrangedoras que viveu devido
ao seus documentos não condizerem com sua identificação.
Em uma fala no programa
Altas Horas (Globo) de 2023, Close falou sobre a longa briga na Justiça para
que pudesse ter seus direitos. "Fui muito discriminada. Meu corpo não me pertencia,
pertencia ao Estado. Até que uma juíza, muito justa e sensata, me defendeu e
consegui mudar meu nome para Roberta".
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