quinta-feira, 22 de julho de 2010

CURIOSIDADE - Por que gêmeos idênticos têm impressões digitais diferentes?


Aliás, por que temos impressões digitais, para começar? A resposta provável a ambas as perguntas se relaciona a minúsculas diferenças nas forças mecânicas que cada feto experimenta em seu desenvolvimento no útero, à medida que as células proliferam.

Pesquisadores descobriram que gêmeos idênticos têm forte correlação entre as cristas, anéis e redemoinhos de suas impressões digitais, mas um estudo de revisão publicado no ano passado pela revista Circulation Research, para examinar a maneira pela qual estruturas complexas como a do sistema circulatório se desenvolvem, afirma que as "minúcias detalhadas" - áreas em que cristas se encontram, encerram ou bifurcam- "diferem até mesmo em gêmeos idênticos". Até mesmo gêmeos que se desenvolvem de um mesmo zigoto ocupam posições diferentes no ventre, e as variações bastam para resultar em diferença.

No estágio crucial do desenvolvimento, explica o estudo, a ideia é a de que as cristas se formam como resultado de desgastes de compressão que surgem na camada de células dérmicas da pele, posicionada entre a epiderme e o tecido subcutâneo. "Como massas de terra que criam ondulações ao serem submetidas a pressão", afirma o estudo, indicando que cristas regulares se formam para aliviar o estresse.

Nas posições em que a pele é lisa, as cristas são paralelas. Mas primatas têm como que "almofadas" mais altas em seus dedos, nesse estágio, e assim as cristas se formam ao longo das linhas de igual desgaste. "Cercando o ponto mais alto dessa almofada erguida", afirma o estudo, "as cristas se formam em círculos concêntricos".

Ao mesmo tempo, as almofadas regridem, mas nos pontos em que ficam mais altas por mais tempos, redemoinhos se formam nas cristas. As almofadas que recuam de maneira mais completa dão origem a um padrão simples de arco. Nos pontos em que os processos de formação de cristas e regressão de almofadas se sobrepõem, aparece um padrão circular intermediário.

Tradução: Paulo Migliacci ME

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